domingo, 28 de março de 2010

Amor, Fé e Poesia


Ainda que o desejo me faça falhar,
Ainda que eu ande por caminhos fora da luz,
Ainda que eu não seja mais alma do que simples e falho fisicamente,
Existe um fervor por contemplar o mundo com amor

E se existem almas perdidas onde elas se refugiam?
E se eu pudesse fazer alguma coisa pelo mundo, o que seria?
Não vejo solução se não inundar o mundo com amor,
Existem caminhos, escolhas, mas nada significam se não há objetivos

Por onde entornar meu amor senão por mim ou pelo próximo?
Por esse pequeno caminho já caminhado senti as dores e as marcas necessárias,
Foi preciso andar descrente e por cima de pregos pra ser menos falho,
O que fazer senão aceitar o que Deus nos deu como fardo?

Nem que eu tenha que levar uma vida buscando o que as vezes eu nem sei o que é,
Existe uma palavra que serve para nos fazer caminhar, mesmo que não haja pernas,
E mesmo que as vezes não haja chão, oxigênio, impulso nervoso,
Caminhe pelos caminhos onde a palavra fé esteja presente

Use a fé e amor para caminhar pelo desconhecido,
Trabalhe e construa seu império com tijolos de amor e fé,
Torne-se uma reserva inesgotável dessas duas matérias primas,
Sinta-se um recurso renovável, inesgotável

Estou tentando misturar amor e poesia,
Mas mesmo que eu não seja poeta o amor se faz poesia,
Estou tentando externar o que há no lado mais confuso da minha alma,
Tentarei para sempre me transformar em pequenas poesias

E mesmo que não seja amor de homem e mulher,
Que seja meu interesse pelo mundo que me impulsione a me poetizar,
Que seja esse amor e curiosidade eterna pelas pessoas que me faça volatizar através das palavras,
Mas que nunca os tropeços da vida destruam meu amor e minha fé pelas pessoas

Amo transformar-me no vácuo,
No ambiente desconhecido,
Na rota para lugar algum,
Mas mesmo assim, amo ser algo inexplicável e ao mesmo tempo alvo de curiosidade

Prefiro ser a piada a ser parte séria,
Prefiro ser triste a ser sério,
Prefiro derramar uma lágrima a deixar de tentar o que por um instante me pareceu ser viável,
Mas por enquanto, apesar de tudo, prefiro no final das contas não ser nada, mas mesmo assim ser necessário seja para o quer for, para quem for, por que motivo for...

sexta-feira, 12 de março de 2010

Navegue


Internei-me dentro de mim mesmo,
Não quero nem saber onde esta a saída
Aqui é feliz e triste ao mesmo tempo
Mas ainda não quero sair

Vagar nos devaneios da minha cabeça
É isso que eu quero,
Quero me tornar um devaneio
Será possível tornar-me um devaneio real?

Lá fora há muita insanidade
Não que aqui dentro seja muito diferente,
Mas só estou tentando concertar isso agora,
Tudo isso para tentar me externalizar novamente

Quanta coisa a gente acumula durante a vida,
Há restos de momentos diversos para todos lados
Queria tanto poder reciclar alguns,
Talvez essa seja a maneira de voltar no passado...

Vou ser franco,
Idéias são só idéias, e essas aqui continuam por aqui, só por aqui...
Gostaria de transformar tudo isso em algo palpável,
Visível aos olhos alheios, assim não pareço ser tão louco

Quanta coisa aqui é real pra mim agora,
Talvez a diferença de estar lá fora seja só marcada pela dor,
Aqui parece que todas minhas vias aferentes estão desligadas
Levando em conta isso, prefiro aqui dentro, lá fora há muitos chicotes que chicoteiam de verdade...

E o amor onde está, pra onde foi?
O que é o amor?
Nem mesmo aqui posso entende-lo...
Talvez seja só sentir e se deixar levar, como numa onda...

Mas tenho medo d’água, nem sei nadar,
E se deixar levar por uma onda é tão perigoso quando há corais pontiagudos...
Sei lá, eu prefiro, quando n’água, apenas velejar...
Mas mesmo assim, o amor continua sendo perigoso, pois há vários tamanhos de ondas no mar...

Mas por enquanto continuo a navegar, dentro de mim mesmo é claro,
Há expectativas de encontrar terra logo mais, tenho certeza...
Já velejo a tempos, e sei que navegar nesses devaneios não me levam a lugar algum...
Mas aqui vivo mesmo só de esperança, e assim um dia eu chego lá, lá aonde?...Sei lá...