sábado, 6 de dezembro de 2008

Molde





Nós nos moldamos a medidas que vamos sendo exigidos
Somos maleáveis a tantas dores, tantas coisas, são eventos que não acabam mais
Dentre todos eles existem aqueles que nos formam, deformam e nos transformam
Eventos alegres geralmente nos fazem moldes de areia molhada, esculturas lindas e passageiras...

As dores, esculturas marcadas a fogo, formam cicatrizes para uma vida toda, nos fazem ser de aço...
Desprezo nos faz bonecos de gelo, faz-se um inverno longo de dentro para fora, transpassamos frieza...
Carinho nos faz afáveis, querem se aconchegar em nossa presença...
O medo nos faz soldados desprotegidos, sem armas no meio de uma guerra...

Forma-se o serzinho que é você...
Deparamos-nos e associamos sentimentos de outras pessoas...
Acolhemos pedacinhos e vamos montando-nos sem perceber,
E vamos dando origem a mutações, assim como se formam as dunas, os rios...

Onde conflitamos tudo, ficamos mais sórdidos...
Ficamos mais doces, e tudo é um reflexo do que recolhemos por ai..
E os conflitos continuam até que tudo é rearranjado...
E é uma nova mutação, sofremos nova mudança e com isso tornamo-nos um novo artesão...

Enfim...
Nós temos o poder de contradizer o mais provável,
Giramos o mundo com nossos sentimentos,
E portanto, somos mutações de acontecimentos aleatórios, somos começo e fim todos os instantes, repasse só o melhor.