domingo, 10 de abril de 2011
Sociedade Carcinogênica
Quando eu tinha 13 anos eu estava na 7ª série do ensino fundamental, eu adorava praticar qualquer tipo de esporte, gostava de uma menina, tinha vários amigos, tinha muitos sonhos, muitas dúvidas, aos poucos fui sanando algumas dessas dúvidas, deixando com que a vida me mostrasse por si às respostas para as minhas perguntas.
Era tão importante sorrir, brincar, jogar bola, receber o carinho da minha família. Fui crescendo, conhecendo e me enchendo de novos conhecimentos ao passo que surgiriam sempre novas dúvidas sobre tudo. Ter dúvidas, buscar o conhecimento e ter novas dúvidas, é só uma parte de um ciclo meticulosamente planejado por Deus. A complexidade com que as nossas vidas se desenrolam, sendo essa dependente também das relações e vínculos que você cria com outras pessoas que vivem este mesmo ciclo, tornam a vida ciclos sobre ciclos intermináveis, com variáveis como o “acaso”, vontades e planos de cada um de nós.
Planos, vontades, o “acaso”, esses devem serem respeitados, dentro do possível, sobre regras impostas na sociedade para que cada um se desenvolva de forma plena como ser humano na sua forma literal de definição. A sociedade como parte de um ciclo maior, representado por “peças”, essas que são nada menos que um composto das várias atitudes exercidas por nós (células ou engrenagens desse mecanismo), ou seja, durante o nosso desenvolvimento sócio comportamental, temos que “andar na linha” para adquirirmos o melhor das pessoas que estão também “andando na linha”, porém, existem os ciclos que giram no “sentido anti-horário”, são “engrenagens desarmônicas” com poderes de influência.
E para que uma toda estrutura entre em colapso, basta que nesta estrutura interdependente, uma peça em meio a uma infinidade de outras peças, entre em desarranjo.
Mesmo que o vírus da gripe atinja uma pessoa numa família de seis pessoas, por exemplo, não demora a que ao menos três membros dessa família também fiquem gripados.
“Não é demonstração de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente”.
Infelizmente, poderes de influencia ou o simples “acaso”, existem para controlar, interromper, evidenciar, estragar ou piorar uma estrutura, seja essa social ou individual.
Hoje, por conta de várias cicatrizes deixadas por doenças que nos atingiram, ou ainda por conta de doenças crônicas que nos assolam dia após dia, atrocidades como chacinas, assaltos, estupros, latrocínios, uso de drogas ilícitas, fazem com que esse grande organismo que é a humanidade entre em um caminho sem volta dependendo do numero e da intensidade com o que isso aconteça, ou seja, se não chegarmos a uma estabilização dessa balança onde de um lado temos todas essas atitudes cancerígenas, e do outro o remédio (a cura, esperança) para tanta desarmonia, seremos logo, num futuro muito próximo, algumas células saudáveis apenas esperando o momento inevitável de sermos atingidos por essa “metástase”.
Então, para começar deixe de ser hipócrita, não finja que a maconha ou a cocaína que você usa por uma vez ou outra, não seja responsável pelo financiamento de mortes de crianças vitimas de balas perdidas, disparadas por armas ilegais, compradas com o dinheiro do tráfico de drogas, dinheiro esse que vem de pessoas como você, que pensam da mesma maneira, vitimas de um pensamento egoísta e anestesiado de conforto e sensação de descontinuidade de vida, fruto da falta de estrutura de educação familiar e escolar, que são planejadas por pessoas despreparadas e irresponsáveis que detém muito poder no cenário politico do nosso querido Brasil de sorrisos carnavalescos.
Mais uma morte de uma criança inocente, talentosa, vitima de bala perdida, cheia de planos, dúvidas, expectativa de vida, com um sorriso no rosto, futuro atleta, amada pela sua família... NÃO finja que ela estava no lugar errado na hora errada, porque nesse caso o “acaso” serve para você enxergar que na verdade essa criança morre por ser vitima da sua alegria inconsciente, da sua irresponsabilidade social, da sua tragada nesse baseado, se sentindo livre no pairar da impunidade que o seu dinheiro pode comprar...
Como eu, desde os 13 anos de idade até hoje, que tive a oportunidade de estar revoltado pelas vidas que não vingaram, que foram interrompidas, existem mais por ai, que graças aos planos de Deus tem a importante tarefa de alertar de alguma forma, de expressar através de textos ou outras formas de se manifestar, o repudio contra todo tipo de câncer que atingem nosso ciclo de vida, atingem a nossa sociedade.
E se você é uma dessas crianças, que tiveram a sorte de continuar crescendo, se desenvolvendo, tendo a oportunidade de continuar sorrindo, não deixe de expressar-se contra qualquer tipo de atentado a vida, seja da intensidade que for, não acostume-se com notas repetidas de desastres nos jornais, seja a cura e de maneira alguma seja câncer.
Autor: Rafael Estefanutti
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