terça-feira, 24 de julho de 2012

Está tudo escuro, estou tremendo neste momento, estou extremamente encomodado com esse frio. Já não sinto meus pés, tão pouco minhas mãos. Eu não sei o que eu faço, pois sei que a única coisa a ser feita, é exatamente o que meu corpo está tentando fazer agora, tentando gerar calor, gastando energia para fazer surgir calor, tentando vencer esse frio, que imgino, inevitavelmente irá me consumir em pouco tempo, é só uma questão de paciência no meio de todo esse desespero. Não vejo saída, não vejo soluções, não há nada em um raio de kilómetros para me aquecer. Sem espectativa de vida, ele ia pouco a pouco, congelando, o sangue ja mal circulava dentro dos vasos, uma sensação horrível de agulhas entrando em sua pele o alarmava, a dor era intensa. A medida que os minutos seguiam, o corpo começava se entorpecer, as agulhadas cessaram, no entanto percebo que não posso mais me movimentar, até já parei de tremer, e ainda nem se quer vejo alguma coisa além de toda essa escuridão. Só me restam poucas atividades neuronais, e há um pensamento fixo, como única gota de água no meio do deserto que logo se evaporará. E nas profundezas daquele único pensamento, havia uma pessoa sentada de frente para mim, olhando fixamente dentro dos meus olhos, como se naquele olhar pudessem serem transmitidos tudo que se precisasse para que houvesse comunicação. Por um instante, tudo aquilo parecia muito dolorido, gerador de toda aquela situação, a entendia por um lado, por outro a fome das minhas dúvidas pareciam se agigartar, fazendo tudo parecer ainda pior, e agora sem nem mesmo uma resposta dentro desse devaneio, só resta mesmo deixar os restos de mim esvaírem-se por o cosmo. Os lábios imóveis, olhos brilhantes, era como se houvesse vida por ali ainda, mas só o que havia era uma aparente fibrilação ventricular, o ultimo lampejo autonomo de vida que... Logo cessou.

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