Onde há vida, há esperança

Ao chegar à vida, alguém em algum lugar já dizia:
- La vem mais um (a) para essa vida fria e “suja”...
O rumo das quais as estradas da vida me direcionaram me fizeram ser hoje menos frio, menos sujo, mas antes disso eu era muito frio, era muito “sujo”...
Caminhos dos quais eram próximos de ser como livros, assim como nos mesmos, uma eterna aprendizagem, uma leitura interessante, outras chatas, algumas empolgantes...
Nas viagens de ônibus, sempre ao lado da janela, podia ver os cenários mudando de estado para estado, observava o contraste entre asfalto e paisagem, o sol e a chuva, a pobreza das casinhas na beira da estrada, os edifícios, marco do grande poder econômico de uma grande cidade, os carros populares, os importados, os moradores de rua...
Inevitável não pensar como tudo aquilo foi parar logo ali... Quem construiu? O que fulano faz andando na rua sozinho a essa hora? Isso debaixo do meu olhar curioso...
Em cada lugar por onde passei, observei imagens chocantes, dessas suguei uma angustia que não me fez bem, porém, elas também me fizeram crer que um dia poderei levar de imagens melhores apenas o supra-sumo para minha ou a vida do próximo.
Mas depois te ter chegado a esse ponto da vida com 22 anos, sou mais um dizendo:
- La vem mais um (a) para essa vida fria e suja...
Não que eu tenha vivido muito, ou que eu seja alguém importante para falar sobre o que a vida é hoje em dia, mas das coisas ruins de hoje, só procuro levar o melhor, e modéstia a parte, tenho levado tantas coisas boas, mas só porque há incontáveis coisas ruins, sei que isso não é normal, mas é assim que eu consigo ser menos frio, menos “sujo”...
Espero que com isso eu consiga preparar o território para uma futura criança daqui, ou, por exemplo... Da África, e dizer:
- Que bom, dessas flores, dessa terra, essa criança poderá ser menos fria, menos “suja”...